Apólices de Seguro Garantia: o comportamento no cenário de crise

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Apólices de Seguro Garantia: o comportamento no cenário de crise

As grandes catástrofes são o inimigo número 1 das companhias de seguro. Historicamente, tragédias como a queda do World Trade Center, ocorrência de tsunamis e terremotos provocam pagamento de indenização vultuosas por parte das seguradoras e resseguradoras.

A questão é que a maioria destes incidentes, diferentemente da pandemia do Covid-19, aconteceram de maneira pontual e localmente.

No caso da pandemia, o problema de saúde atingiu o mundo inteiro.

Tanto que se projeta um volume inédito de indenizações, algo como jamais visto no setor de seguros. Para se ter uma ideia, somente o torneio de tênis de Wimbledon, por exemplo, possui uma apólice de seguro de 100 milhões de libras de cobertura para a não realização do evento (no-show). E como o evento esportivo foi cancelado, os organizadores receberão a indenização total da apólice. Até então, o torneio havia sido cancelado somente por motivos de guerra. Agora imaginem no caso da Fórmula-1 e Olimpíadas de Tóquio!?

O ramo de seguro de vida também sofrerá perdas expressivas. Note que, mesmo havendo exclusões na cobertura para os casos de morte em decorrência de pandemia, as principais seguradoras do mercado brasileiro alteraram suas condições contratuais com o objetivo de indenizar os beneficiários da apólice de vida. No ramo de seguro saúde, com o aumento dos números de pacientes internados e atendimentos, o índice de sinistralidade tende a aumentar também.

No ramo de Seguro Garantia, de acordo com as conversas mantidas com os principais executivos das seguradoras, o aumento no pagamento de sinistros poderá alcançar 70%. Como é sabido, o Seguro Garantia tem por finalidade permitir ao contratante que o contrato será cumprido. Porém, diante do novo cenário, é muito provável que as empresas, sejam fornecedoras do governo ou da iniciativa privada, não consigam manter-se com seus cronogramas em dia. Tudo indica que as paralisações ou atrasos serão muito comuns daqui em diante.

Este impacto negativo, sem dúvida alguma já traz mudanças no comportamento das seguradoras que operam no ramo de Seguro Garantia. Uma delas é a seletividade do risco, tornando-o mais criterioso e rígido. Além disso, será inevitável que as taxas devam subir, visto que as seguradoras, como qualquer outra empresa, estão revendo suas projeções para reequilibrar a relação prêmio x sinistralidade. Lembrando ainda que as resseguradoras internacionais repassarão a conta para os contratos de resseguros, independentemente do ramo.

No ano passado, a receita anual de prêmios arrecadados foi de R$ 119,3 bilhões, alta de 5,76% em comparação a 2018, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Já o pagamento de sinistros foi de R$ 47,7 bilhões – crescimento anual de 5,5%.

Enfim, é importante observar que cada contrato de seguro tem suas particularidades e, portanto, devem ser avaliados caso a caso. A melhor saída, para romper o ciclo e criar-se um ambiente mais positivo, continua sendo ainda a transparência, a flexibilização e a compreensão. Para todas as partes envolvidas em uma relação comercial, seja contratante, seja contratado e seguradora, a melhor solução é a negociação. Por essa razão, uma consultoria especializada no Seguro Garantia neste momento, exercendo o papel de mediadora, pode fazer toda a diferença.

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